
Lembram-se do 6 de Junho de 1975?
Falar daquela data, quase sempre origina diversas reacções, provoca deliberadas omissões e porventura, o seu maior condão, permite desnudar a hipocrisia de todos quanto não conseguem discernir as causas públicas das coisas particulares e mesquinhas que modelam as suas vidas, de todos quantos não conseguem no presente assumir com coragem, dignidade e satisfação as ideias e os ideais que por quaisquer razões, no passado, os moveram a sair à rua naquela data, de todos quanto se deixaram acomodar pelos cargos, pelos compromissos, pelas vassalagens, de todos quantos perderam a voz, a capacidade e a autoridade para gritarem os Açores para além de horizontes curtos e atrofiantes, de todos quanto cegos de vaidade fazem do preconceito uma virtude e da ignorância vício.
Perante uma data que, na essência, marca um passo na luta pela democracia e pela liberdade que hoje desfrutamos, os político regionais, os seu partidos e os órgãos de governo próprio da Região, num atitude reveladora de castradores complexos e preconceitos, continuam a cultivar um lamentável silêncio, justificado na ausência de consenso sobre o significado daquele evento, fazendo deliberada e conscientemente triunfar, o cinzentismo, a hipocrisia, a fraqueza, a falta de carisma e o comodismo da classe política "oficial" dos Açores.
O 6 de Junho de 1975, não foi um erro. Foi um acto genuíno de liberdade, em que mais do que estar certo ou errado, contribuiu para que hoje, todos nós saibamos que a liberdade é o direito de estar errado e não o direito de fazer errado. Só é pena que o carrossel oficial da política confunda o valor e a ordem das coisas e faça as coisas erradas na convicção de que isso é um direito que a liberdade lhe permite e a democracia consente.
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