2009/09/27

O MEU VOTO


Bem cedo, fui cumprir o meu dever de cidadão, exercendo o direito de voto que a Constituição desta República me oferece e que me permite escolher em consciência, quem deve responsabilizar-se pelo governo deste quintalzinho lusitano.

Devo confessar que a minha consciência não estava tranquila, pois estou um pouco farto dos tradicionais discursos de caça ao voto, muitos dos quais, diariamente, violaram a minha inteligência e o meu bom senso, em nada comunicaram comigo ou tão pouco se identificaram com a minha geração e muito menos com a geração dos meus filhos, e logo com o futuro.

Mesmo assim, tomei o boletim de voto nas minhas mãos e nele desenhei a cruz que o valida e que contribuirá para dar expressão a uma das vontades eleitorais que certamente, esta noite, irão clamar vitória sobre o poder instituído.

Votei. Mas tal como dizia a minha consciência no momento em desenhei a dita cruz, não estava a mudar o que quer que fosse, nem tão pouco contribuindo para que alguém o faça, já que, como habitualmente, todos irão elevar as respectivas bandeiras e bradar vitória, deixando-me com a sensação amarga que ao exercer o meu direito de voto, apenas contribuí para baralhar as cartas deixando-as nas mãos dos mesmos profissionais da política e consequentemente, permanecendo tudo igual. Valeu a pena? Não poderá a liberdade também ter qualidade? Afinal, o voto não tem preço, mas tem consequências.

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