2009/04/25



Esta mensagem foi publicada para PIMENTA DA TERRA em 20:42:48 25-04-2009
A REVOLUÇÃO QUE TARDA



Cada povo, cada sociedade, cada Estado, revela pela sua forma de organização o seu nível de capacidade e de competência para em torno de um sentimento nacional desenvolver projectos de estruturação de um futuro sustentado e pleno de realizações económicas, culturais, científicas e sociais.

Numa perspectiva ocidental, quanto mais elevado for aquele nível, mais civilizado e habilitado para o sucesso é um Estado e a sua sociedade.

Independentemente dos recursos naturais de que disponha, desde que liberto de dogmas ideológicos ou religiosos, em teoria, e face ao mundo aberto de hoje, qualquer sociedade democrática incorpora no seu seio a mais rica, infinita e diversificada fonte de energias a que se pode aceder e dispor: a inteligência dos homens e mulheres que a compõe.

Não é por acaso que se constata, que os Estados mais evoluídos económica, cultural e socialmente, são aqueles que fizeram essa aposta: investiram de forma consciente e programática na educação e formação dos seus cidadãos, transformaram mentalidades, fazendo de cada indivíduo um instrumento de produtividade civicamente responsável.

E Portugal, o que fez?

Ganhamos a liberdade com a revolução de Abril. Aderimos à, União Europeia que nos permitiu revolucionar a nossa forma de estar no mundo no que concerne à visibilidade internacional e às possibilidades de não perdermos em definitivo a ligação com a modernidade e com o desenvolvimento económico que caracteriza a esmagadora maioria dos países que integram aquele espaço de futuro.

Porém, falta-nos dar um salto enorme de qualidade, competência, disciplina e eficácia. E para que tal aconteça é urgente realizar a grande revolução das mentalidades, algo que apenas acontecerá se revolucionarmos e inovarmos o nosso sistema educativo transformando-o numa fonte credível de formação intelectual e cívica. Enquanto isso não acontecer, não seremos nada, ou de outro modo, continuaremos na senda da mão estendida, da descaracterização nacional, na falta de auto – estima, da indisciplina social, do culto da ignorância e da irresponsabilidade colectiva.

Se a personalidade e carácter de um Estado é o reflexo da personalidade e carácter do seu povo, então olhemo - nos ao espelho e envergonhemo-nos do Estado que somos.

2009/04/16

OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE

A justiça social continua a ser um mito perseguido e aguardado pelas velhas e novas gerações lusitanas.
De legítima aspiração, passou a mito e sempre cada vez mais longe dos cidadãos.
Da irracionalidade ingénua dos ideais revolucionários às políticas irresponsáveis e sem carácter estrutural de alguns governos, passando pelas medidas reformadores e economicistas de outros, em dezenas de anos de ditadura ou democracia, em monarquia ou em república, Portugal não conseguiu implementar um sistema de organização e funcionamento em que, da saúde à educação, da fiscalidade à segurança social, do trabalho ao desemprego, os cidadãos sentissem que a solução que lhes cabe é socialmente justa.
É consensual a ideia de que o sistema vigente cria aberrações que constituem autênticos atropelos aos mais básicos princípios constitucionais.
Há ricos que fiscalmente são considerados pelo Estado como pobres mas que exibem sinais exteriores de riqueza incompatíveis com a sua pobreza formal. Há pobres que burocraticamente são considerados ricos.
Aos primeiros aplicam-se as regras que tecnicamente visam os segundos, e a estes negam-se benefícios que a respectiva situação material deveria justificar.
Nas franjas, ficam os verdadeiramente registados como ricos que, para além de acederem a benefícios só compreensíveis para os mais carenciados, praticam com o consentimento do Estado, uma panóplia de estratagemas de evasão às suas responsabilidades para com a República. Tudo isto, lado a lado com a dita classe média, que por se encontrar amarrada ao Estado por via da sua dependência fiscal e laboral, com tudo apanha e tudo lhe é exigido em nome da solidariedade colectiva.
Feitas as contas, mais vale ser rico, parecendo pobre. Mais vale enganar o Estado do que ser enganado por este.
Mais do que nunca, e ideologias à parte, o slogan "os ricos que paguem a crise", teve tão apropriada aplicação.

Banco de Portugal prevê contracção de PIB em 3,5 por cento


E aí vamos nós!Portugalmente alegres e satisfeitos, num eterno voto de fidelidade a um permanente Fado, para o bem e para o mal, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, e em tudo o mais a que esta pacata mentalidade portuguesa nos condena… há séculos, para lá de qualquer crise.

Pais com mais direitos na licença parental


Entram em vigor a 1 de Maio as novas regras relativas à protecção social na parentalidade que alarga os direitos dos homens progenitores, avós, adoptantes e trabalhadores independente.
A partir de 1 de Maio, a licença pós-parto pode chegar aos cinco meses, pagos a 100 por cento da remuneração bruta, ou aos seis meses, pagos a 83 por cento, sob a condição de um dos meses ser gozado exclusivamente pelo pai.A licença parental pode chegar aos 12 meses, mas nesse caso os seis meses suplementares terão de ser repartidos igualmente pelos dois progenitores e serão subsidiados com apenas 25 por cento da remuneração bruta, aumenta também de cinco para dez dias úteis, a licença a gozar obrigatoriamente pelo pai, logo a seguir ao parto. Os pais podem ainda beneficiar de mais dez dias, pagos a 100 por cento, em simultâneo com a mãe.Outro ponto de mudança é a equiparação da adopção às licenças de parentalidade, assim como o reforço dos direitos dos avósO novo diploma elimina uma lacuna legal, que não reconhecia o direito a licenças em caso de adopção e asseguram que, em caso de gémeos, os apoios são acrescidos em tempo e subsídio. Por outro lado, fica reconhecida a abrangência dos apoios a trabalhadores independentes ou abrangidos pelo seguro social voluntário.Com estas alterações, o Governo pretende incentivar a participação dos pais no período pós-parto.

Farmácias suspendem substituição de remédios



Vivo num país em que os cidadãos podem exercer o direito de interrupção da gravidez de forma ampla e não condicionada, mas não podem decidir se o medicamento que é prescrito pelo seu médico pode ser genérico ou não.

Jornalista atira sapato contra ministro do Interior da Índia

É de estranhar que a moda do sapato ao político não tenha seguidores em Portugal. Afinal, temos uma indústria de calçado com tradição e uma classe política constantemente a pedi-las…